O Brinde
Se há no mundo um Deus para os acasos
Que pela humanidade o bem
reparte
Que dá fortuna te dê a melhor
parte
Mil venturas te dê, sem lei nem
prazos
Eu de alegria tenho os olhos rasos,
De lágrimas, querida ao vir
brindar-te
Quando vejo que até para
saudar-te
As flores se debruçam sobre os
vasos
O meu brinde é sumário, curto e
breve
O nome de quem se quer quando
se escreve
Perde-se a pena em traços
ideais
Um anjo como tu, quando se
brinda
Tem-se a missão cumprida, a
festa finda
Quebra-se a taça e não se bebe
mais
(Desconhecido)
FOI BREVE, MUITO BREVE A NOSSA
HISTÓRIA
(Ronaldo Cunha Lima)
Foi breve, muito breve a nossa
história
Mas o bastante para ser lembrada
Como história de amor que foi contada
Por sua condição contraditória
Foi curta, muita curta a trajetória
Mas breve, muito breve a caminhada
É uma pena que ninguém fez nada
Para impedir que fosse transitória
O tempo, foi detalhe nos instantes
E os instantes, moldura dos amantes
Parecendo real, mas ilusória
E o tempo na lembrança nos escreve
Nossa história de amor foi muito breve
Mas o bastante para fazer história
Diniz Vitorino fez:
Se me enxotas mulher, eu parto, já é
hora
Não me humilhes no pranto da partida
Pois o maior desspero de quem chora
É não ter sua dor reconhecida
Minha lágrima é de amor, nasceu agora
Mas a tua, depois será nascida
Quanto mais escondida ela demora
Mais será lacrimosa a tua vida
Teus remorsos virão... Eu não sei
quando
Haverás de chorar de vez em quando
Eu também chorarei sem ti na acama
Tuas lágrimas expressam falsidades
As minhas, são gotas de saudade
Jamais secam, nos olhos de quem ama
A M I G O
Coração de amigo, um armário imenso!
Onde deposito todos meus queixumes;
Meus ressentimentos ou os meus ciúmes
Deixam-no, às vezes, taciturno e tenso.
Páginas abertas sobre meus costumes,
Íntimas consultas, de coisas que penso,
Formam, com certeza, um capítulo extenso,
Uma coletânea de grossos volumes.
Exponho com toda naturalidade,
Em nome de nossa eterna amizade,
As minhas angústias, emoções e medos,
Os novos amigos, ou amigos velhos,
São os meus oráculos e meus evangelhos,
Meu banco de dados de guardar segredos.
Daudeth Bandeira
Coração de amigo, um armário imenso!
Onde deposito todos meus queixumes;
Meus ressentimentos ou os meus ciúmes
Deixam-no, às vezes, taciturno e tenso.
Páginas abertas sobre meus costumes,
Íntimas consultas, de coisas que penso,
Formam, com certeza, um capítulo extenso,
Uma coletânea de grossos volumes.
Exponho com toda naturalidade,
Em nome de nossa eterna amizade,
As minhas angústias, emoções e medos,
Os novos amigos, ou amigos velhos,
São os meus oráculos e meus evangelhos,
Meu banco de dados de guardar segredos.
Daudeth Bandeira
Se Voltares...
Como
o sândalo humilde que perfuma
E o ferro do machado que
lhe corta,
Hei de ter a minh’alma
sempre morta
Mas não me vingarei de
coisa alguma.
Se algum dia, perdida pela
bruma,
Resolveres bater à minha
porta,
Em vez da humilhação que
desconforta,
Terás um leito sobre um
chão de plumas.
E em troca dos desgostos
que me deste
Mais carinho terás do que
tivestes
Os meus beijos serão
multiplicados
Para os que voltam pelo
amor vencidos
A vingança maior dos ofendidos
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os
humilhados.
(Rogaciano Leite)
Homenagem do poeta Dedé Monteiro ao Professor e Advogado José Rabêlo
de Vasconcelos
“Quem passou pela
vida em brancas nuvens
E em plácido repouso
adormeceu
Quem sentiu o fio da
desgraça
Quem passou pela vida
e não temeu
Foi espectro de
homem, não foi homem
Só passou pela e não
viveu”
Mas tu , Rabelo, tu viveste tanto,
Fizeste tanto, tanto te doaste,
Que, mesmo em vista de algum desencanto,
Seguiste em frente, não te acovardaste.
Vestindo toga de demônio e santo,
No mais terrível divinal contraste
Foste guerreiro do riso e do pranto
Todas as lutas sem temor lutaste
Se a poesia perde uma menestrel
Perde o direito um gênio bacharel
E o magistério um mestre sem igual.
Enquanto a gente sofre, chora e sente,
O céu gargalha sobre a dor da gente
Por que recebe um santo genial.
(Dedé Monteiro)
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